Movimento repetitivo de flexão de punho pode causar epicondilite medial, o famoso “cotovelo de golfista”
A epicondilite medial, além de ser uma inflamação, é também uma degeneração dos tendões do cotovelo. Recebeu seu nome popular por acometer bastante os atletas de golfe, mas qualquer pessoa que faz flexão repetitiva do punho pode desenvolver a condição, por exemplo, um tenista, um jogador de beisebol, um pianista profissional, um trabalhador de fábrica, um agricultor, um usuário pesado de teclado de computador, entre outros.
Sua ocorrência é de 7 a 10 vezes menor que a epicondilite lateral –da qual falei em post anterior–, e é mais comum entre pessoas de 45 aos 55 anos. Na maioria dos casos, é visto no membro dominante, direito ou esquerdo.
Onde ficam os epicôndilos?

Identificando o epicôndilo medial.
Mas exatamente o que inflama? Por quê?
Os tendões do epicôndilo medial, que são responsáveis pelos movimentos de dobrar o punho para baixo e rodar a palma da mão, também para baixo. A sobrecarga repetitiva dos músculos do antebraço leva ao desgaste dos tendões.

Anatomia do braço destacando região afetada. Credito imagem: http://www.cornerstonephysio.com/what-is-golfers-elbow/
Além da prática de esportes como golfe, tênis e beisebol, outras situações comuns que causam micro-traumas nessa região são a musculação e o trabalho na agricultura/jardinagem. Existem também os casos em que um único evento traumático é capaz de gerar a lesão, mas são incomuns, como golpes entre praticantes de lutas esportivas, quando provocam contatos mais violentos nessa região específica.
COMO SABER QUE ESTOU COM EPICONDILITE MEDIAL?
O sintoma mais comum é dor na parte medial (interna) do cotovelo, acompanhada ou não de inchaço. Essa dor pode ser constante e tende a piorar com o aumento do esforço ou da carga na região.
Outros sintomas são a sensação de formigamento na região e a falta de força ao segurar um copo ou abrir uma tampa (movimento de giro), e até mesmo num simples aperto de mão. (Esses sintomas também podem estar relacionados a uma compressão do nervo ulnar –matéria para outro post!)
TRATAMENTO E PREVENÇÃO
O tratamento clínico é efetivo na maioria dos casos e consiste em repouso, diminuição de sobrecarga e sessões de fisioterapia e acupuntura. Para controle da dor, analgésicos e anti-inflamatórios orais ou injeções intramusculares/infiltrações.
Quando as medidas acima não surtem efeito e a cirurgia é indicada, o procedimento pode ser realizado por via aberta ou por artroscopia.
O uso de órteses e cintas também é uma opção interessante para evitar movimentos e diminuir tensão no local da lesão. Em seguida, deve-se iniciar o fortalecimento muscular e alongamento progressivo dos flexores do punho, sempre de modo gradativo e supervisionado por um profissional.
A melhor forma de se prevenir é com o fortalecimento muscular e alongamentos periódicos, com intervalos de descanso, inclusive quando for trabalhar ou estudar por longos períodos de tempo. Um exemplo de ajuste para se evitar ou amenizar a flexão repetitiva do punho, é acomodar completamente o antebraço na mesa para o uso do teclado e mouse, posicionando o pulso de forma adequada (veja indicação de mouse 45º em post Epicondilite Lateral).
Enfim, em se tratando de “cotovelo de golfista”, sabiam que o golfe é um dos hobbies favoritos do atual presidente americano Donald Trump? Será que ele quer se candidatar para uma epicondilite lateral?! (Rsrs)